Marília

Marília

Teu olhar permanece em minha memória fecunda;

Meus sonhos solitários envolvem a bela em cárcere e em fuga,

Como o último orvalho a secar sobre a rosa vermelha;

Nosso amor em sonhos férteis e em sopro de esporões secos,

Ainda será um rio que chama a vida na seca dos sertões.

Minha musa bela: teu contrato é de vida e morte comigo

Irá ser sempre musa, sempre dentre as sete, sempre eterna

- Compete a mim o sonho, poesia e o desejo de te amar.

 Meu amor é o pranto perante a ilusão de teu abraço afetuoso,

Com o holocausto da face branda com o meu beijo;

O vinho na pequena taça, derramado sobre o seio desta terra,

Será a taça teu corpo e o vinho teu coração açucarado:

O irresistível "sacrifício" de quem lhe provar a essência!

Esse delírio, que me renega o prazer do corpo em favor de teu espírito,

    Também traz o deboche dos teus verdadeiros amigos.

                        - Mas -

Minha fada, somente a ti, pertence este segredo declamado

Como foste revelada delicadamente em meu sonho repentino.